Histórico da Coleção

Após a morte de Esdras, sua viúva, Hilca Papi Baptista, passou anos organizando os filmes, divulgando e mantendo o acervo. Tentou arduamente arrecadar fundos governamentais ou privados para preservá-la, sem sucesso. A história de sua dedicação ao acervo, mesmo diante de dificuldades financeiras, está bem documentada em reportagens jornalísticas como a apresentada abaixo.

 

 

 O Globo – Méier, 14/04/1993, nº573. Reportagem “Fotogramas do Descaso”. Hemeroteca Digital.

Ela também conduziu a finalização de um documentário sobre Graciliano Ramos, para o qual Esdras e Markos vinham gravando entrevistas, já em vídeo. O filme foi realizado em parceria com a Escola de Comunicação da UFRJ (ECO/UFRJ), com apoio cultural da RioArte, vinculada à Secretaria Municipal de Educação e Cultura do Rio de Janeiro. As filmagens de Graciliano, realizadas por Esdras e Hilca em 1952 no final da sua vida, são as únicas imagens em movimento do escritor, e o filme conta com locução de Francisco Milani e roteiro e seleção de imagens de Hilca. Além de ser a primeira tentativa bem sucedida de Hilca de utilizar as imagens de Esdras, foi também uma tentativa de conseguir dinheiro para que eles pudessem realizar o “sonho” de organizar o acervo – Hilca pretendia reverter a bilheteria das exibições do filme para a preservação do acervo. A estreia do filme foi realizada no campus da Praia Vermelha da UFRJ no dia 9 de dezembro de 1992.

 

 

Frame do documentário Graciliano: pequena história de uma grande vida (1992). Graciliano está rodeado por suas filhas e autografa livros.

Hilca faleceu em 30 de outubro de 2013. Seu filho único, Markos, faleceu em 20 de dezembro de 2018.

Em outubro de 2019, Paloma, filha única de Markos – e única neta de Esdras e Hilca – foi contatada pelo professor Rafael de Luna Freire e gentilmente doou o acervo para o LUPA. Em uma kombi, todos os filmes foram transportados do local onde estavam encaixotados, no Méier, para Niterói, para serem organizados e preservados.

 

A maior parte do acervo é de rolos 16mm, negativos e positivos, preto-e-branco e coloridos, mudos e sonoros. Há também algumas filmagens domésticas em Super 8, e algumas poucas cópias, sobretudo dos filmes realizados para o INPS, em S-8 ou 35mm. Em sua maioria, os rolos são de imagens não montadas, mas organizadas tematicamente, embora também haja negativos e cópias de obras finalizadas, como filmes técnicos, médicos e institucionais feitos para o INPS. O acervo também tem cerca de quinze fitas de vídeo U-Matic e Betacam com telecinagens de rolos do acervo feitas nos anos 1990, além de dezenas de rolos de som magnético e fitas cassete com gravações sonoras.

 

O material começou a ser organizado no segundo semestre de 2019 pelos integrantes do LUPA e alunos do curso de cinema da UFF e do PPGCine-UFF. 

A partir das ações contínuas dos integrantes do LUPA-UFF, trabalhos para a organização da coleção continuaram a ser feitos, mas foi apenas em 2021, quando os projetos “Cinema como crônica sociopolítica: Acervo Esdras Baptista” (projeto de extensão da PROEX – Pró-reitoria de Extensão da UFF) e “Esdras Baptista Produções: inventário, catalogação e pesquisa do maior acervo cinematográfico em película de Niterói” (aprovado no 2º Edital de Fomento ao Audiovisual de Niterói) foram aprovados, é que foi possível realizar um processo de análise mais abrangente da coleção.

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